A imagem mais marcante da greve da Polícia Militar foi, depois de cinco dias de movimento, a sensibilização do general do Exército no front, com a homenagem dos grevistas pelo seu aniversário. Vale lembrar que o mesmo é o segundo na hierarquia do Exército Brasileiro e estava há três dias dormindo em uma barraca para realizar a missão que lhe foi confiada. Todos criticaram a atitude do general, mas onde se encontravam os oficias da PM – tenentes, capitães, majores, tenentes-coronéis e coronéis, que diziam ao governo do Estado estarem contra o movimento? Estes que, no seu dia a dia, têm uma viatura e ajudantes de ordem à sua disposição, na hora em que a sociedade e o governador necessitavam dos seus préstimos, não estavam na rua. Em nenhum momento assumiram seus postos e nem mostraram a sua posição na tropa. Ao que passa, foram coniventes com tudo que estava acontecendo, diante da possibilidade de obterem vantagens com o movimento que aterrorizou a Bahia e o Brasil. Não é possível que a PM com sua inteligência não tivesse conhecimento do que estava acontecendo e, em tendo, que não tenha ido para a rua cumprir o seu juramento. O mesmo questionamento se aplica à Polícia Civil: onde estavam os delegados e o COE nesta crise? Uma coisa é certa, quando tudo se resolver, deverão esclarecer o porquê de não estarem cumprindo o seu dever cívico. Acreditamos que todos deveriam fazer a sua parte. Até o momento, o Prisco e as associações têm assumido o movimento, sem nenhuma sombra de dúvida, com a conivência da oficialidade. (BN)