Uma decisão do Superior Tribunal Federal (STF) fará com que três deputados que obtiveram votos suficientes para se eleger, mas que não tiveram suas candidaturas registradas por problemas com a Justiça tomem posse nesta quarta-feira (13), na Câmara dos Deputados. Em março, o STF determinou que a Lei da Ficha Limpa é constitucional, mas não se aplica à eleição de 2010 — o que altera a composição do Legislativo.
As mudanças prejudicam principalmente o PT, que perderá duas cadeiras. Outro parlamentar, Nilson Leitão (PSDB-MT), foi beneficiado indiretamente pela recontagem dos votos e também exercerá o mandato.
João Pizzolatti (PP-SC), Janete Capiberibe (PSB-AP) e Magda Mofatto (PTB-GO) substituirão, respectivamente, os deputados Zonta (PP-SC), Professora Marcivânia (PT-AP) e Delegado Waldir (PSDB-GO). A decisão, da mesa diretora da Câmara, de dar posse imediata a casos decorrentes de recontagem de votos é extensiva a demais casos que lhe forem encaminhados pela Justiça.
Ex-líder do PP na Câmara, Pizzolatti, condenado em 2007 por improbidade administrativa em Santa Catarina, segue para seu quinto mandato consecutivo: “Fiz a eleição impugnado, sofri muito até essa decisão. Obtive 133 mil votos. Quero honrar quem confiou em mim, mesmo passando por uma situação dessas”, afirma.
Janete Capiberibe (PSB), mãe do atual governador do Amapá, Camilo Capiberibe, teve seu mandato cassado em 2006, acusada de comprar votos na campanha de 2002. O marido e ex-senador João Capiberibe também perdeu o mandato na época pelo mesmo motivo. Da mesma maneira, luta agora para também tomar posse no Senado, para o qual recebeu 130 mil votos em 2010.
Outra parlamentar que estava impedida de tomar posse por supostamente comprar votos é Magda Mofatto (PTB-GO). Ela ficará com a vaga do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO).
Se o PSDB perderá um posto em Goiás, ganhará outro no Mato Grosso. Nilson Leitão havia sido atingido indiretamente pela Lei da Ficha Limpa, já que sua candidatura não foi impugnada. O PSDB do estado se coligou com o PTB, do candidato Willian Dias (PTB), barrado depois de ser condenado por homicídio.
Dias recebeu 2098 votos que, agora contabilizados, tomaram a vaga de Ságuas Moraes, que era o único representante do PT na bancada mato-grossense e foi o quinto candidato a deputado federal mais votado no Estado. O PT concorreu na eleição proporcional coligado com PMDB e PR, que elegeram, respectivamente, um e dois deputados.
Fonte: vermelho