Não há o que comemorar no dia Nacional da Saúde, celebrado neste dia 5 de agosto, em homenagem a data de nascimento do médico e sanitarista Oswaldo Gonçalves Cruz, que deu origem a atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e se destacou pelo enfrentamento às epidemias durante o século XX.
No governo do genocida Bolsonaro este dia ficará marcado pelas mais de 500 mil mortes registradas em virtude da pandemia da COVID-19. “É um dia para refletir que a saúde pública e o combate às doenças transmissíveis não são prioridades no país. Muito ao contrário, o setor está cada vez mais sucateado e não há investimentos, modernização e valorização dos profissionais da área”, disse Venício Lucena, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Jequié (SINSERV).
Venício pontuou ainda que o Sistema Único de Saúde não pode estagnar ou retroceder. “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado. Se assim está na Constituição, vamos lutar para seja uma realidade para todo o povo brasileiro e não uma falácia a mais. Não há como concordar com a continuidade da Medicina do Rico e da Medicina do Pobre. O corpo humano é igual e merece igual respeito!”, cobrou.
Além da defesa intransigente de uma saúde de qualidade para todos e todas, o SINSERV também está nas trincheiras de luta pelo Piso Salarial da Enfermagem. Inclusive essa reivindicação está na pauta da Campanha Salarial da entidade. “Estamos vivenciando uma pandemia e os profissionais da saúde foram os que se mostraram verdadeiros heróis. Ainda assim, não são reconhecidos como deveriam, como é o caso dos enfermeiros que tanto têm lutado por um piso salário e uma jornada de trabalho justa. São homens e mulheres que têm se arriscado e, muitas vezes, têm dado a vida pelo outro, trabalhando verdadeiramente por amor”, destacou.
O Projeto de Lei de nº 2564/2020, que ainda será analisada pelo Plenário, visa conceder um piso salarial em R$ 7.315 para enfermeiros, R$ 5.120 para os técnicos e R$3.657 para os auxiliares de enfermagem e parteiras, todos baseados numa jornada de 30 horas semanais, válidos para União, estados, municípios, Distrito Federal e instituições de saúde privadas. Em consulta pública realizada no site do Senado Federal, a aprovação do PL já conta com cerca de 1 milhão de pessoas.
Para o presidente do SINSERV, a data é uma ótima oportunidade para reerguer a pauta em Jequié e reiterar o reconhecimento que os poderes devem ter aos profissionais da saúde. “Utilizam-se da mídia para fazer homenagens com discursos bonitos e quando chega a hora de verdadeiramente reconhecer o trabalho desses profissionais não tomam um posicionamento firme e coerente com o que tanto pregam. Os enfermeiros fazem parte das principais pessoas que estão salvando vidas durante a pandemia e merecem sim receber um piso salarial justo, com uma jornada de trabalho adequada”, finalizou Venício Lucena.