Em 22 de agosto comemora-se o Dia do Folclore. Uma data relacionada ao imaginário coletivo e às crenças imemoriais que no Brasil, segundo as crendices populares, considera “agosto” como o pior período do ano devido aos acontecimentos ruins que nos assustam ao longo deste mês.
Apesar de muitos não concordarem com essa crença, o certo é que Jequié parece ter sido afetado pelas infelicidades que aumentaram consideravelmente em agosto. Para além do número de doenças causadas pela inconstância do clima, também, até o presente já foram registrados seis casos de suicídio apenas neste mês. São dados que nos preocupam pela quantidade de pessoas que tiraram suas vidas, num curto espaço de tempo, na tentativa errônea de aliviar o sofrimento provocado por inúmeros problemas, sobretudo, de ordem financeira, familiar, relações interpessoais.
A tristeza invade nossos corações não apenas por reconhecer nessas pessoas a figura de um pai, uma mãe, um colega ou amigo, mas ao saber que o pior poderia ter sido evitado. Até porque nenhum de nós pode estar livre desse infortúnio, que precisa ser tratado com políticas públicas, enfrentamento e conscientização para a vida.
Muito embora existe uma complexidade relacionada às motivações que causam o comportamento suicida, todos concordam que estamos vivendo momentos de profundo sofrimento mental. Momentos marcados na história do país por instabilidade política e econômica provocada pela má administração pública, com reformas trabalhistas, previdenciárias, retiradas de direitos e ausências de disposição para atender às necessidades de sobrevivência da população.
Os indicadores da ausência de Saúde Mental no serviço público Municipal
O sofrimento mental é um problema grave que atinge o país e em Jequié também não é diferente. Desde o ano passado a base de representação do SINSERV sofre com os cortes de direitos trabalhistas, já neste famigerado mês de agosto foi a vez dos servidores da rede de Educação Municipal com a retirada da “regência” pela Prefeitura de Jequié. Portanto, agosto começou mal e sem diálogo agravou-se pela deflagração da greve da Educação que poderia ter sido evitada no bom senso.
As manobras administrativas da Gestão podem tencionar um movimento unificado com outras frentes sindicais, que lutam pelo mesmo objetivo de valorização trabalhista. O SINSERV não concorda com a ilegitimidade dos cortes, ausência de diálogo com os representantes das categorias que não responde às pautas da Campanha Salarial. Mas ao se utilizar do casuísmo o Gestor surpreende os servidores com um salário a menor no final do mês. Justamente o dinheiro que faltou para as faturas, as compras no mercado e saldar o volume de despesa que tende aumentar mês a mês.
Lamentavelmente as incertezas não apenas bateram à porta do servidor público municipal de Jequié, mas também trouxeram consigo um prejuízo imensurável afetando a sua qualidade de vida e saúde mental. Preocupado com o bem-estar da categoria, em 2015 o SINSERV apresentou ao Governo uma proposta para atender à saúde física e psicológica do quadro efetivo, até agora nada aconteceu.
Ao contrário, a cada dia aumenta-se a tensão mental e com ela os motivadores da depressão, instabilidade financeira e desvalorização do servidor e das suas condições de trabalho. Precisamos ser fortes e cuidadosos para organizar a nossa vida e vencer as turbulências causadas no mundo do trabalho. Tudo passa, tomara que o mês de agosto acabe logo, renovando a vida e as nossas forças na luta por dias melhores.
Link matéria da 1ª Oficina de Saúde Mental
Antonio Argolo/SINSERV