O movimento grevista coordenado pelo SINSERV é noticia nos principais veículos de comunicação da cidade, leia o que noticiou o respeitado site Gicult
Apesar dos servidores municipais serem os agentes principais da máquina pública, a prefeitura de Jequié tratou, este ano, este segmento como máquinas e objetos, e não como seres humanos que têm necessidades e despesas que acompanham o nível de inflação do País. Resultado: nas audiências, desde o início do ano, o governo vem protelando a apresentação de uma proposta de reajuste salarial, porém sempre dando esperança de que isso ocorreria.
No mês de fevereiro, quando os técnicos administrativos, agentes comunitários e agentes de endemias entraram em greve, o retorno ficou condicionado à instalação de uma Mesa Permanente de Negociação. Para surpresa dos representantes sindicais com assento neste fórum, os integrantes da administração mudaram o discurso: agora não podem conceder nenhum reajuste salarial, nenhum índice, “nem 1%, 2% ou qualquer outro”, como repetiu o prefeito Luiz Amaral (PMDB) nesta sexta-feira 14, no programa Jequié Urgente, da 93 FM, argumentando que a folha de pagamento já teria ultrapassado o limite prudencial de 51% e já estaria em 59%.
Os funcionários, através de suas representações sindicais, informam que o pagamento com todos os efetivos chega a apenas 32%, o restante seria os gastos com contratados sem concursos, terceirizados, cargos de confiança e Reda. Seja qual for a argumentação, o impasse está criado. Os professores estão em greve há quase 20 dias. Os outros servidores do quadro também aderiram à greve geral na segunda-feira 10. Mesmo diante desta situação, o governo está em ordem unida, com um só discurso: não ceder neste momento.
Nos últimos dias, porém, os negociadores governistas estão dizendo que em agosto, depois de alguns ajuste exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, eles poderão retomar a discussão, sem prometer a apresentação de qualquer contraproposta aos percentuais reivindicados pelos trabalhadores, como foi feito em março.No momento está acontecendo essa “guerrilha verbal” entre o governo e as dirigentes sindicais do SINSERV, Maria Neide, SIND-ACS, Josineide de Jesus, e a da APLB, Claudenice Santana. Nesta sexta, por exemplo, enquanto o prefeito Luiz Amaral concedia entrevista na FM, pela manhã, um grupo de professores compareceu em frente à emissora para contestar o chefe do executivo.
Enquanto Eduardo Lopes, vice-prefeito, debatia a questão na Rádio Povo AM, às das 8 às 9h, com a participação das dirigentes dos sindicatos, muitos funcionários faziam manifestação contra a “intransigência do governo” no bairro Mandacaru, como tem feito todos os dias em vários pontos da cidade. O desgaste é geral, mas a “guerrilha” e as mobilizações continuam. Em algum momento o consenso deve prevalecer, pois o servidor público, que serve à população, também deve ser tratado com dignidade e respeito.
Por Gidasio Silva.