Integrantes do Sindicado dos Rodoviários da Bahia se reúnem em frente à sede da Polícia Civil, na Piedade, desde as 6h desta quarta-feira (29), em protesto pelo aniversário de um ano da morte do casal Paulo Colombiano e Catarina Galindo, assassinados no bairro de Brotas no ano passado e cujo crime ainda segue sem solução.
Os manifestantes empunham faixas e pedem justiça para que o crime não fique impune. Nas faixas levadas pela família – reunida em frente à Igreja de São Pedro – o tempo de impunidade do duplo assassinato tem destaque: “8.760 horas de impunidade, 12 meses”.Na Igreja, foi celebrada também nesta manhã uma missa em memória do casal. Ao lembrar o dia dedicado a São Pedro, o pároco Aderbal Galvão ressaltou a importância da fé de amigos e familiares para que o caso possa ser elucidado. “Quando Pedro esteve preso, os companheiros rezaram por ele. O mesmo devemos fazer para que esse caso tenha solução”, afirmou.De acordo com Hélio Ferreira, tesoureiro do sindicato, a decisão de fazer a missa partiu dos familiares do casal. “No último dia 27, tivemos uma reunião com o secretário de Segurança e com o governador e a polícia disse que está investigando, mas não pode passar informações. Deixamos isso a cargo da polícia, mas cobramos que o caso não fique impune”, ressaltou.
Investigações – Sobre a motivação do crime, Ferreira não acredita que tenha relação com as contas do sindicato. “Desde o início, o sindicato abriu a tesouraria, o acesso aos computadores. Se fosse algo relacionado às contas, o crime já estaria elucidado, porque os dados foram divulgados para a polícia”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, o maior interessado em uma solução é o próprio sindicato e todos os sindicalistas da Bahia. “A interrogação que fica é não sabermos porque isto aconteceu. Pelo tempo que já tem, ficou provado que não tem nada a ver com o sindicato. Acredito que a polícia tenha outras linhas de investigação, se focou só no sindicato, perdeu tempo”, disse Machado, que também reclama da mudança de rotina: “Enquanto não houver solução para esse crime, eu vivo inseguro, minha família vive insegura, principalmente porque a polícia disse que minha casa é insegura”.
A filha de Catarina Galindo, Ana Paula Galindo, também esteve presente na manifestação. “Foi bastante estimulante ter esperança pela palavra do governador, que falou que esse caso é uma prioridade do governo, porque eram dois militantes”.
Ana Paula reconhece que o caso é complicado, mas diz que a família tem pressa. “Esperamos que a investigação seja feita com cautela para que os executores e os mandantes sejam presos”, declarou. Ela disse ainda que acredita no profissionalismo da delegada e que a família prefere não indicar nenhuma linha de investigação, apesar de acreditar que haja alguma relação com o trabalho de Colombiano.
Instituto – Familiares e amigos do casal participarão de uma assembleia, às 19h, de inauguração do Instituto de Formação e Qualificação Profissional Paulo Colombiano e Catarina Galindo. A inauguração acontece no Cine Teatro Góes Calmon e o projeto é uma iniciativa da família do casal, da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e do PCdoB, onde Catarina trabalhava.
Fonte: A Tarde