Depois de 13 dias de braços cruzados, os metalúrgicos da Bahia retornam as atividades nesta segunda-feira (20). Em assembléias realizadas sábado e segunda, a categoria decidiu pelo fim da greve geral com a aprovação da proposta de 9% de reajuste salarial, feita pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, 4,24% acima da inflação do período.
Segundo a Federação dos Metalúrgicos (FETIM), que coordena os sindicatos de base, a greve terminou de forma vitoriosa. “É um dos maiores reajustes conquistados em todo o país. Diante do cenário que se apresentou para os trabalhadores, e até mesmo em comparação com a realidade da categoria em outros Estados, é sem dúvida um avanço importante”, diz Antônio Viana Balbino, presidente da entidade.
Outro ponto de destaque, ainda de acordo com Balbino, foi o poder de pressão da categoria. Ao todo, 65 fábricas tiveram as atividades interrompidas, principalmente em Salvador e Região Metropolitana. Somente no Complexo Ford, em Camaçari, foram paralisadas as atividades das 27 empresas que atuam dentro da montadora. Resultado: mil carros deixaram de ser produzidos por dia. “Os trabalhadores se mostraram determinados e sem medo de enfrentar até mesmo as tentativas de intimidação de algumas empresas, que chamaram até mesmo a Polícia Militar com a intenção de desestabilizar o movimento. Essa adesão em massa foi fundamental para conquistarmos um acordo vitorioso”.
Além do reajuste, os metalúrgicos garantiram a renovação de todos os pontos da Convenção Coletiva. Quanto aos dias parados, metade será abonada pelas empresas e a outra metade será descontada em até cinco meses, sem incidência sobre qualquer direito dos trabalhadores, como férias ou Participação nos Resultados. Agora, os sindicatos darão continuidade às discussões específicas por empresas.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia