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De olho nas eleições: os inimigos da nação e da classe trabalhadora defendem fim de direitos

Em palestra com empresários, Vice de Bolsonaro defende fim de férias e do 13º salários (foto site da CTB).

 

Por Adilson Araújo – Presidente da CTB.

Chamando para si a responsabilidade de dar continuidade à agenda do golpe hoje conduzida por Michel Temer, o vice de Jair Bolsonaro, general Hamilton Mourão (PRTB), avançou contra o 13º salário, classificando-o como uma das “jabuticabas” brasileiras, e o adicional de férias. “Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais”, disse o militar a uma plateia de patrões no Clube de Diretores Lojistas, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, quarta-feira (26).

Assista ao vídeo:

Durante a palestra, o vice de Bolsonaro enfatizou a necessidade de implementar com rigor a reforma trabalhista e acabar com todas as garantias e direitos trabalhistas que ele classificou como “visão dita social com o chapéu dos outros” ou ainda “mochila nas costas do empresário”.

Mourão, que anda falando pelos cotovelos, também atacou a Constituição Federal, que em 2018 completa 30 anos e vem sendo aviltada diuturnamente nos últimos dois anos, especialmente em relação aos direitos sociais duramente conquistados. “Todos os nossos problemas econômicos têm origem na Constituição brasileira de 1988”, argumenta. Ele também defende o fim da estabilidade no Serviço Público, criticou a educação nas escolas e o ensino de Filosofia, defendendo disciplinas que incutem na juventude “valores morais”.

Os inimigos dos trabalhadores

São declarações estapafúrdias, que revelam a que interesses a dupla fascista serve. Trata-se, claramente, da agenda dos grandes capitalistas nacionais e estrangeiros, em aberta oposição aos direitos e interesses da classe trabalhadora e da nação brasileira. Um projeto cujo resultado é mais fome, miséria e desigualdade para nosso povo.

Conquistado em 1962, no governo João Goulart, o 13º Salário é um direito que foi consagrado como uma cláusula pétrea da Constituição e que, além de beneficiar o assalariado, estimula o desenvolvimento nacional ao fortalecer o mercado interno. Dados do Dieese mostram que, mesmo com a crise, somente em 2018 o 13º salário injetou cerca de R$ 200 bilhões na economia brasileira, aproximadamente 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que aqueceram as vendas e o consumo popular.

Não é um privilégio, muito menos uma invenção brasileira, como insinuou por ignorância ou má fé o general fascista. Países como Alemanha – a depender do acordo coletivo firmado -, Portugal, México, Panamá adotam regra semelhante à do Brasil. No Peru, além do 13º salário, há também o 14º salário, pago no Dia da Independência do país. Todos esses países garantem um Salário Mínimo maior que o nosso.

Vendo que a declaração pegou mal, Bolsonaro desautorizou Mourão e fez o vice dar o dito por não dito, mas foi um gesto eleitoreiro, oportunista, destituído de honestidade. Ambos representam a continuidade bem piorada do projeto golpista que condena o país à estagnação, retira direitos e rouba de todos nós a esperança de um futuro de justiça, soberania, democracia e progresso social. Querem aprofundar o golpe – intensificando a repressão aos movimentos sociais e a entrega das riquezas nacionais ao capital estrangeiro – e abrir caminho ao fascismo. São inimigos da nação e da classe trabalhadora.

Nenhum direito a menos

Devemos permanecer em estado de alerta e, nesta reta final da campanha, intensificar a conscientização do eleitorado sobre o que está em jogo nessas eleições. Vamos trabalhar com a esperança e a confiança de que o povo brasileiro há de rechaçar mais uma vez o projeto de restauração neoliberal, derrotar as candidaturas de direita e extrema direita e eleger os candidatos e candidatas realmente comprometidos com a defesa da democracia, soberania, igualdade e valorização do trabalho.

Fascismo não. Bolsonaro e Mourão não passarão!

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