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Novo prefeito de Campinas é afastado

Logo após presidir a sessão que aprovou o afastamento do prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra (PT), o presidente da Câmara afirmou na noite desta quarta-feira (24) que pretende “tomar pé do problema” assim que tomar posse: “Temos que fazer uma análise séria e imparcial do que há na Prefeitura de Campinas”, disse Pedro Serafim (PDT). Em menos de uma semana, dois prefeitos da cidade, considerada um das mais importantes do interior paulista, caíram por denúncias de corrupção.

Serafim contou que assume o cargo na sexta (26), depois que a decisão da Câmara for publicada no Diário Oficial do município. Ele fica como chefe do Executivo por até 90 dias que é o prazo que a comissão processante, criada também em votação nesta quarta na Casa, tem para investigar Vilagra.

Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual de fraudar licitações e dar emprego a apadrinhados políticos.

A assessoria de imprensa do petista informou que ele vai recorrer da decisão da Câmara e está preparando sua defesa.

A primeira medida como prefeito será tentar uma aproximação com a equipe de governo. “Vamos chamar os secretários, os funcionários e escutá-los”, contou Serafim. Questionado se temia uma retaliação por parte da União pela Casa ter derrubado dois prefeitos – o primeiro foi Hélio de Oliveira Santos (PDT), no dia 20 deste mês – Serafim respondeu: “Não posso crer que ela vai ter uma ação tão mesquinha perseguindo Campinas”, afirmou o pedetista, referindo-se à presidente Dilma Rousseff.

Vilagra foi afastado do cargo um dia depois de tomar posse, nesta terça (23).

A aprovação do requerimento do vereador tucano Valdir Terrazan (PSDB) para a criação da comissão processante que vai investigar as denúncias contra Vilagra saiu às 22h15. Em votação nominal, foram 29 votos a favor e quatro contra. Não houve abstenções. O placar foi o mesmo que aprovou o afastamento temporário 15 minutos depois.

Como a sessão foi bastante tumultuada, com troca de provocações entre simpatizantes de Vilagra e opositores, a Guarda Municipal garantiu a segurança no Plenário.

A comissão processante, eleita por sorteio, será formada pelos seguintes vereadores: Rafael Zimbaldi (PP), José Carlos Oliveira (PV), o Zé do Gelo, e Sebastião Torres (PSB). Os dois primeiros estavam na comissão que decidiu pela cassação do então prefeito Hélio de Oliveira Santos. Zé do Gelo informou como será o trabalho da comissão. “Vamos ouvir as testemunhas e o depoimento do próprio prefeito (Vilagra). No final, fazemos o relatório que vai ser satisfatório para o lado da verdade”, disse Zé do Gelo.

 

O vereador Jaírson Canário (PT) foi um dos que mais protestaram contra a saída de Vilagra durante a sessão na Câmara. No final dela, comentou: “Vou continuar com a minha luta sempre, independentemente de quem estiver no Executivo.” Para ele, o requerimento aprovado na Casa é “inconstitucional”.
(G1) 

 

 

 

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