Em assembleias realizadas na tarde da quinta-feira (05), médicos e trabalhadores da saúde do Estado da Bahia decidiram pela manutenção da greve, iniciada na terça-feira (03) até que as reivindicações da categoria sejam atendidas. As categorias manifestaram a perplexidade e indignação diante da postura do governo, que insiste em desqualificar o movimento e ignorar a insatisfação e desapontamento dos médicos com o governo Jaques Wagner.
Uma caminhada conjunta, organizada pelo Sindimed e Sindsaúde, será realizada nesta sexta-feira (06), a partir das 14h, saindo do Campo Grande com destino à Praça Municipal. Os médicos participam em conjunto com as demais categorias representadas pelo Sindsaúde.
Reivindicações
A greve dos servidores da saúde teve início na terça-feira com manifestações em frente a dois dos principais hospitais da Bahia: o Hospital Geral do Estado (HGE), na Avenida Vasco da Gama, e o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no bairro do Cabula. Com faixas, cartazes, carro de som e apitos, os trabalhadores fizeram protestos contra a forma como vem sendo conduzida a área da saúde pelo governador do Estado.
Os sindicalistas acusam o governo de ignorar o movimento e suspender as negociações sobre a revisão do PCCV e sobre a correção da GID e do não pagamento da URV (já conquistada na Justiça). Os trabalhadores exigem respostas sobre as pendências nas relações de trabalho. Dentre as exigências, o movimento salientou a urgência da melhoria das condições de trabalho no que se refere à precarização dos contratos de trabalho, aos baixos salários e ao cumprimento do artigo 32 da lei 11.373/09, que instituiu o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimento – PCCV.
Greve é direito constitucional
A presença da assessoria jurídica do Sindimed na assembleia esclareceu muitas dúvidas que tem surgido no decorrer da greve e face às pressões que o governo Wagner tem feito sobre os médicos.
Não há nada na lei, por exemplo, que impeça de aderir à greve os profissionais em período probatório, recentemente empossados. Não há nenhuma previsão de punição no Estatuto do Servidor. Na verdade, à luz do Código de Ética Médica, a adesão ao movimento é um dever do médico que propugna por melhor atendimento à população.
Os médicos residentes, conforme assinalado pelo presidente do Cremeb, Abelardo Meneses, não devem substituir os médicos paralisados ou exercer a sua atividade habitual sem preceptoria. Nos casos em que não houver preceptores no local de treinamento, deverão comunicar por escrito ao CEREM, COREME, Cremeb e Sindimed a ausência de supervisão.
Um manifesto, em forma de abaixo-assinado está circulando, a partir desta sexta-feira (06), registrando publicamente apoio à mobilização por todos os médicos do estado.
Fonte: portalctb.org.br