Estudos mostram que o estresse por períodos prolongados favorece o surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares, ansiedade, depressão, impotência, infertilidade e, em alguns casos, câncer.
Agora, uma pesquisa conduzida pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de São Paulo (Uni-fesp) revelou outro possível efeito: o estresse também potencializa processos inflamatórios, que podem culminar na morte de células nervosas (neurônios) em duas regiões especificas do cérebro humano; o hipocampo, associado a formação da memória, e o córtex frontal,responsável pelo raciocínio complexo.
O resultado do estudo acaba com uma crença antiga dos neurologistas, de que o sistema nervoso era um conjunto de órgãos privilegiados não-suscetíveis a inflamações.
“O estresse em si é um mecanismo natural de adaptação, não uma doença”, diz o neurofarmacologista Cristoforo Scavone, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenador da equipe paulista. “O problema surge quando se perde o controle sobre o nível de estresse”, explica.
Matéria extraída da revista Psique (Editora Escala).