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Viver é preciso, casar não é preciso.

 Viver é preciso, casar não é preciso.

Foi assistindo a um telejornal que tomei conhecimento de um dado que, ao menos para mim, foi bastante assustador: o numero de casamentos no Brasil teve um aumento de 6,5% com relação ao mesmo período do ano passado. Não imaginava que ainda existiam pessoas dispostas a gastarem uma verdadeira fortuna em patéticas cerimônias matrimoniais; muito menos que acreditassem na necessidade desse “ritual” para constituição de uma família.

 Penso que o amor é indiferente a esses “adereços” culturais, e que a paixão, é essencialmente extraconjugal.      A reportagem também afirmava que o numero de divórcios têm aumentado, entretanto, os de casamento amplia-se numa escala ainda maior. O que de fato, exprime um retrocesso social, a meu ver, uma verdadeira ameaça a livre evolução humana. Isso mostra, no mínimo, que as pessoas ainda encontram-se presas a dogmas cristãos, distanciando-se assim, do prisma maior da natureza: a liberdade.Dizia Schopenhauer: “só um filósofo pode ser feliz no casamento, e os filósofos não se casam”. E disse mais: “aquele que se casar por amor, deverá ter uma vida triste”.

Desconsiderando o fato de ter sido Arthur Schopenhauer o mais pessimista dos filósofos ocidentais do século XVIII, suas máximas ainda parecem ser bem aplicáveis aos dias atuais.  Não nus assustamos mais com os depoimentos de mulheres que denunciam seus maridos depois de terem sido violentadas de todas as formas, durante anos, o fato é que, em nome da moral, a violência caba sendo banalizada.  Balzac foi quase preciso quando disse: “o casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo: o hábito.” Mas eu digo: ele não combate, ao contrario, o potencializa. Por isso, racionalmente, prefiro Goethe: “O amor é uma coisa ideal, casamento uma coisa real; uma confusão entre o ideal e o real nunca acaba impune.” Nesse sentido, a separação é a única saída. 

 Na separação todos morrem um pouco, como Caruso poeticamente afirmou: “o outro morre em vida dentro de mim e eu também morro na consciência do outro.” Ficam os filhos. Às vezes os pais subestimam a capacidade de superação dos mesmos, infantilizando-os. É preciso que o casal entenda que a separação é conjugal, ou seja, o casal parental continuará para sempre. É certo que os pequenos sempre reagirão com raiva, medo e culpa, e esses sentimentos podem perdurar por dias, meses, ou anos, no entanto, o importante é manter os rebentos distantes dos conflitos e se possível, oferecer-lhes ainda mais, amor e carinho. É possível que a terapia de casais restabeleça o equilíbrio emocional da família, tendo em vista que essa é a única intenção dos psicólogos, e não re-casar ou manter o casamento de ninguém.

 Com o rompimento da relação, tanto o homem quanto a mulher envolvem-se em uma espécie de “luto” que inclusive, pode ser mais doloroso do que a perca (morte) de um ente querido, esse “luto” precisa ser interpretado da maneira correta, sem demasia ou surrealismo, nesse sentido, o psicólogo é mais que uma mão na roda, pode ser a salvação.  

Para finalizar, considere: viver é preciso, casar não é preciso.

 

 Por  Lucas Ribeiro 

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