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Dia de Combate à Discriminação Étnica e Racial é celebrado com homenagem pela Câmara Municipal de Vereadores Jequié

aTexto e fotos: Prof. Ms. Antonio Argolo.

A Profa. Dra. Marise de Santana é a mais nova cidadã jequieese. A cerimônia de entrega do título aconteceu ontem (21/03), às 19:00, na Câmara Municipal de Vereadores de Jequié, através do Decreto 02/2015, de autoria do Vereador Pé Roxo (PT).

Durante o evento, a plenária esteve repleta de pessoas da comunidade, das entidades sindicais, dos vereadores, professores da UESB, comunidade ODEERE e de outras instituições acadêmicas do país. Após a sessão especial a confraternização se prolongou, pelo resto da noite, na sede do órgão onde ocorreu um jantar de agradecimento.

Trajetória da homenageada
Marise de Santana é natural de Candeias/BA e atua, desde 1995, como professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Campus de Jequié.

Durante as suas intervenções nas disciplinas de Antropologia e Didática percebeu a necessidade de criar um grupo de pesquisa para discutir, entre outros assuntos, a Lei 10.639/03. A referida legislação federal autoriza a obrigatoriedade da inclusão da história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares. Posteriormente essa discussão também inclui o conhecimento indígena (Lei 11.645/08).
Nesse sentido, em 2004 foi fundado o Órgão de Educação e Relações Étnicas – ODEERE/UESB. O órgão começou a funcionar com vários cursos de extensão para atender a qualificação dos professores de Jequié e da região e lidar com a nova necessidade pedagógica.

Com essa proposta, Jequié foi a primeira cidade do interior baiano a implementar a legislação nas escolas da rede municipal. Atualmente, as ações do ODEERE se fortaleceram em oferecer quatro cursos de extensão, um calendário de atividades voltado à cultura tradicional, à educação e à diversidade além de um curso de Mestrado em Relações Étnicas e Contemporaneidade.

A importância do título para Jequié e região
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) em referência ao massacre ocorrido em 1960, quando a população negra da África do Sul protestava contra as políticas de segregação racial do apartheid.
Aqui em Jequié, o 21 de março é lembrado, todos os anos, pelo início das atividades letivas do ODEERE/UESB.

Muito embora a cidade seja reconhecida pelas contribuições de várias etnias, ainda hoje os meios formadores de opinião tentam atribuir à Jequié uma condição de cidade branqueada. E, portanto, deixa de reconhecer a história e cultura dos indígenas e da população negra, esta última muito presente no cotidiano da sociedade.

Ao receber o título conferido pela Câmara Municipal de Vereadores, a Profa. Marise discursou afirmando que esse reconhecimento se estende à população de Jequié. Em especial aquelas que passaram pelo ODEERE ajudando-na a pensar as ações afirmativas, o reconhecimento e a visibilidade do negro e dos indígenas nessa sociedade.

E com isso, conclui que a participação do ODEERE tem sido importante não apenas em despertar a afirmação da identidade dessas populações. Mas, também, permitindo resgatar seu legado cultural, pensar a participação e a luta do negro, bem como o combate à discriminação étnica e racial em Jequié e região.

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