Apedrejada diariamente pela mídia mercantil de seu próprio país, a Petrobras subiu da 63ª para a 34ª posição entre as 500 empresas de maior faturamento do mundo, no ranking da revista norte-americana Fortune. Pelo critério de lucratividade, a Petrobras apareceu na sexta posição, deixando em sétimo a Microsoft. A crise global provocou profundas mudanças no ranking. A petroleira estatal foi a única companhia brasileira dentre as 100 maiores do mundo, segundo o levantamento, tendo registrado no ano passado um faturamento de US$ 118,2 bilhões. A segunda colocada brasileira foi o Bradesco, na posição de número 148. Seguiram-se a Itaúsa (controladora do Itaú Unibanco), Banco do Brasil, Vale e Gerdau, nos lugares 149, 174, 205 e 400, respectivamente.
Pelo critério de lucratividade, a Petrobras apareceu na sexta posição, superando gigantes como a Microsoft (7ª), General Electric (8ª), Nestlé (9ª) e Wal-Mart (14ª). Nesse quesito, a mineradora brasileira Vale ficou na 16ª posição.
Petroleiras em alta
A Fortune apontou a gigante anglo-holandesa de petróleo Shell como a líder do ranking, desbancando a rede americana de supermercados Wall Mart. É a primeira vez que uma empresa de fora dos Estados Unidos encabeça a lista, um efeito da crise econômica global, que tem seu centro nos EUA. A Wall Mart caiu para terceira posição, atrás da também petroleira Exxon Mobil, também dos EUA.
Das dez primeiras empresas que formam o ranking, sete são do setor de petróleo. Afora as duas citadas, estão entre as dez mais: BP (Grã-Bretanha, 4º), Chevron (EUA, 5ª), Total (França, 6ª) ConocoPhilips (EUA, 7ª) e Sinopec (China, 9ª). As empresas petrolíferas também lideram o ranking das mais lucrativas do mundo, com seis entre as dez primeiras colocações. Os números da revista se referem a 2008, quando os preços do petróleo sofreram forte elevação.
O boom petroleiro favoreceu também a estatal venezuelana PDVSA – outro desafeto da mídia –, que superou a própria Petrobras, com faturamento de US$ 126 bilhões e em 27º lugar. Entre as petroleiras latino-americanas, a Petrobras ficou em terceiro, atrás da também estatal mexicana Pemex, com US$ 119 bilhões e o 31º lugar.
EUA descem e China sobe
Quanto à participação por país no conjunto da lista das 500 maiores empresas, os EUA recuaram enquanto cresceu a participação da China. Pela primeira vez desde que a Foirtune iniciou o ranking, em 1995, os EUA figuram nele com 140 companhias, embora mantendo a participação mais numerosa. Na edição anterior do ranking, elas eram 153.
Além de figurar pela primeira vez entre as dez mais, com a já citada Cinopec, a China colocou entre as 500 um número sem precedentes, de 37 empresas. Nove delas entraram agora na lista; as que já estavam nele subiram de posição. “A China será a segunda maior economia do mundo em 2025”, previu a revista ao comentar os resultados.
A América Latina situou 11 empresas entre as 500 mais: as seis brasileiras, quatro mexicanas e a PDVSA venezuelana, que no entanto aparece como a maior da região em faturamento.