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Estado do São Francisco quer pertencer a Região Centro-Oeste e não NE

Em entrevista ao BJÁ na tarde desta quarta-feira, 18, no saguão da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Herbert Barbosa (DEM), afirmou que a luta para a criação do Estado do São Francisco englobando 35 municípios do Oeste do Estado é legitima, “um desejo da região onde todos sairão ganhando como aconteceu com o desmembramento de Goiás e a criação do Estado do Tocantins”.

A proposta e o desejo suprapartidário da região Oeste é criar um Estado que seja vinculado, territorialmente, ao Centro-Oeste. Ou seja, o Estado do São Francisco não seria Nordeste. “Nossa missão inicial é constituir o Estado do São Francisco ainda no contexto do Nordeste, embora, como nossas ligações sócioeconômicas e culturais são com o Centro Oeste do país, adiante, pretendemos nos inserirmos nesse contexto”, frisou Herbert.

Advogado formado pela UFBA e neófito na política (é irmão do prefeito de São Desidério, uma das cidades do Oeste) Herbert situa que, o movimento pela emancipação da região data de mais de 30 anos, nascido no idealismo do historiador de Barreiras, Marlan Rocha, e que vem crescendo a cada dia em função da posição econômica ocupada pela região, na atualidade, sua representação política, e o desejo da população.

“Estivemos recentemente no Estado do Tocantins conversando com o governador Siqueira Campos (PSDB), autor do projeto que desmembrou o estado de Goiás e pudemos observar que, Goiás saiu da 19º posição da economia entre os estados nacionais para a 10ª posição, e a região do Tocantins, que movimentava R$500 milhões/ano em negócios, hoje, se situa com R$15 bilhões”, comenta o deputado dizendo que, no caso da Bahia, havendo o desmembramento do Estado, a Bahia só tem a ganhar e o Estado do São Francisco, também.

O deputado destaca que o Oeste da Bahia (35 municípios situados no Além São Francisco) representa 8 a 9% em população e também algo em torno de 8 a 9% na sua economia, no PIB, e o desejo de criação do novo Estado não significa um confronto e sim a necessidade de somar. 

“Todos os estados que foram desmembrados, nos últimos anos, Goiás e Mato Grosso, os que foram criados (Tocantins e Mato Grosso do Sul) deram pra frente e não para trás. E é claro, pelos indicadores da economia, pela pujança do Oeste, a tendência é que o Estado do são Francisco seja autosustentável”.

MOVIMENTO DE SOMAR

Sobre o movimento do deputado federal Oziel Oliveira (PDT) de contribuir na formulação do Estado, uma vez que já existe um projeto do deputado pernambucano Gonzaga Patriota à frente (na inicial), o de Oziel devendo ser apençado ao de Patriota, Herbert diz que é importante, que a luta é conjunta (há também a deputada estadual Kely Magalhães, (PCdoB), lembrou) e todos da região estão unidos visando o mesmo objetivo.

“Nós vamos procurar todos os deputados estaduais e federais da Bahia, os senadores, e mostra-lhes a importância de se criar o Estado do São Francisco, sem qualquer prejuizo ao Estado da Bahia”, comentou Herbert citando que está apenas aguardando um material impresso para iniciar o trabalho.

Sobre a possibilidade do governo do Estado, governador Wagner e assessores, entender que sua imagem pode ficar prejudicada e se trata de uma ação contra o atual gestor, o deputado Herbert esclarece que, “não existe nada contra o governador Wagner. Essa relação de distanciamento do Oeste com o centro do poder na Bahia, Salvador em particular onde estão os órgãos centrais do poder, é muito antiga”.

 

Fonte: Bahia Já

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