Para que serve o meu conceito de classe, a minha inconveniente inteligência e suas deliberações megalomaníacas? Esta minha sensibilidade excludente? Este meu discernimento crítico impiedoso, mais para comigo do que para com os outros? Minha falta de fé no óbvio, no que se faz presente e só eu não consigo ver? Minhas vociferações raivosas, minhas notas de repúdio? Para que serve a salvação? A existência humana não se justifica. E de que serve a justificativa? Não sei. E não saber é saber pensar direito. Pois, sabendo não se está pensando, e só pensando se tem razão. A justa razão de não saber direito, ou esquerdo, já que o lado é uma questão de opção e optar é uma questão de indecisão. Indecisão é o que precede a decisão que precede a reação que instaura a consubstanciação do que não tem sentido.
Lucas Ribeiro
Fundador e editor do Jornal O Cupim
Estudante de Psicologia