É no setor de infraestrutura que estão as primeiras promessas da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, voltadas à Bahia. Em visita neste domingo ao Estado, para participar da convenção do PT baiano que homologou a candidatura do governador Jaques Wagner à reeleição, ela defendeu um crescimento maior da Bahia em comparação a outros estados do Nordeste, “por ser o mais populoso”, disse. “Eu me comprometo que a gente conclua uma obra tão importante para a Bahia, que é a Ferrovia Oeste-Leste. Me comprometo que nós vamos de fato ter estaleiros baianos.
A Bahia é o Estado do Nordeste mais populoso. É certo que tenha um desenvolvimento maior”, disse Dilma. A ferrovia de 1,4 mil quilômetros teve a licitação lançada no último mês de março pelo presidente Lula e vai interligar a cidade de Figueirópolis, em Tocantins, a Ilhéus, no litoral baiano. As obras ainda não começaram, mas a previsão é de conclusão em 2012. Ela é defendida por Wagner como alternativa de escoamento de bens produtivos no Estado. Já o estaleiro da Petrobras tem sido disputados pelos estados nordestinos, mas Pernambuco saiu na frente e deve ficar com os investimentos, apesar de a decisão não estar fechada. Dilma com Wagner Esbanjando intimidade com Wagner, a quem chama de Jaques, Dilma tentou mostrar intimidade também com a Bahia. “Aqui começou o Brasil, aqui começaram também as lutas por independência, e a Bahia é um Estado especial”, afirmou. No palanque, no entanto, o excesso de formalismo em seu discurso impediu uma empolgação maior da militância, apesar de ter arrancado aplausos por diversas vezes. Os afagos foram recíprocos.
O governador fez questão de lembrar da última pesquisa eleitoral do Ibope, na qual Dilma ultrapassou pela primeira vez o candidato do PSDB, José Serra (40% a 35%), e ressaltou que “agora você já tem mais votos do que eu na Bahia”. Wagner ainda garantiu a Dilma uma votação na Bahia suficiente para vencer no primeiro turno. “Lula ganhou aqui em 2006 com 64% dos votos. Não tenho dúvida de que vai acontecer com você o mesmo”, disse Wagner. A presidenciável, no entanto, foi mais cautelosa sobre a pesquisa. Durante entrevista coletiva, ela afirmou que “não é muito bom datar o dia da vitória”. “Acho que a gente tem que esperar a eleição, não é prudente colocar salto alto nem tampouco sentar antes na cadeira (de presidente)”. Duplo palanque – A participação de Dilma na convenção petista ocorre uma semana após ela ter marcado presença na homologação da candidatura do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo baiano.
Com um duplo palanque no Estado e a base governista rachada, Dilma não declarou voto para nenhum dos candidatos, mas cometeu um deslize ao contar uma conversa telefônica que haveria tido neste domingo com Lula no qual este manifestou apoio ao atual governador. Ao ser questionada se declararia voto em um dos candidatos, Dilma esquivou-se. “É óbvio que meu partido é o do governador Jaques Wagner. O partido do meu vice-presidente (Michel Temer, do PMDB) é do ex-ministro Geddel. Como eu não voto aqui, você não pode me perguntar em quem eu votaria”, afirmou, provocando risos.