A luta em defesa da Previdência Social voltou a ocupar as pautas dos movimentos dos trabalhadores nesta semana.
Desde segunda-feira (18), as centrais sindicais de vários estados brasileiros intensificaram os preparativos para a realização da Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora em defesa da aposentadoria e da Previdência Pública, que reuniu 10 mil trabalhadores hoje (20/02), na Praça da Sé, em São Paulo. “Este será o primeiro passo na jornada nacional de luta contra a reforma da Previdência da dupla Bolsonaro/Guedes, que consegue ser ainda pior do que a proposta pelo governo golpista de Michel Temer”, falou Adilson Araújo presidente da CTB.
Na capital da Bahia, os representantes de sindicatos e trabalhadores de diversas categorias realizaram uma plenária durante a manhã, em frente à sede da Previdência Social no bairro do Comércio. Ato que foi iniciado desde o início do mês quando a CTB reuniu os sindicatos do interior (que incluiu a base de Jequié SINSERV, SIND ACS/ACE, Sindicato dos BANCÁRIOS) para formatar o movimento, juntamente com vários estados brasileiros. Portanto, hoje é só um esquente para a preparação de uma grande Greve Geral em todo o país.
Greve geral
“20 de fevereiro” está sendo considerado o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência Pública e Contra o Fim da Aposentadoria. Isso porque a assembleia de hoje possui o objetivo de definir um plano de lutas unitário do movimento sindical com vistas à mobilização nacional. Está sendo cogitada pelos manifestantes a realização de uma greve geral no país para derrotar a proposta do governo, já em andamento na esfera Federal.
A Proposta de Emenda Constitucional que deve ser encaminhada ao Congresso Nacional quarta-feira (20), prevê a obrigatoriedade de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres e uma regra de transição de apenas 12 anos.
Isto prejudica um conjunto muito amplo de trabalhadores e trabalhadoras, principalmente os que começam a trabalhar mais cedo, agricultores familiares e assalariados rurais e os mais pobres, que em geral têm uma perspectiva de vida menor do que a média brasileira.
Outra proposta apresentada pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, é a introdução do regime de capitalização da Previdência, adotada no Chile e em outros países, onde condena os idosos à miséria, com benefícios menores do que o salário mínimo local. Isso no caso dos que conseguiram pagar a vida inteira, o que não é a situação da maioria que enfrentou a precariedade do mercado de trabalho.
Capitalização, a rigor, significa a privatização do sistema previdenciário, que interessa exclusivamente ao sistema financeiro e visa aumentar ainda mais os lucros dos bancos. Patrões e empresários não vão mais contribuir, o trabalhador terá de arcar com todos os custos previdenciários. A reforma contempla integralmente os interesses do capital e é extremamente prejudicial para o povo brasileiro, afirma o Portal CTB.
Antonio Argolo/SINSERV, com informações do Portal CTB e CTB/BA.