A rebelião no presídio de Serrinha, que fica a 170 km de Salvador, ultrapassa 30 horas sem acordo entre presos e a direção da unidade e com o saldo de um detento morto, três presidiários reféns e 25 amotinados.
O juiz Cláudio Pantoja, que acompanha a negociação, nega que outro interno tenha sido assassinado, como foi relatado por um funcionário do presídio, que não quis se identificar. Os negociadores deixaram o interior da unidade prisional por volta de 11h, no mesmo horário em que chegaram reforços da Polícia Civil e uma viatura do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que aguarda para fazer o levantamento cadavérico do corpo do detento Joselito Alves da Silva, conhecido como Carioca, assassinado pelos colegas.
Mais cedo, por volta de 9h20, os negociadores tentaram deixar a unidade, mas voltaram depois que os rebelados ameaçaram matar mais um interno. Após a entrada de agentes do Comando de Operações Especiais (COE) foram ouvidos disparos do lado de fora do presídio, mas não há informações se foram tiros de efeito moral e se alguém ficou ferido. O juiz confirmou a intenção de não acatar o pedido de transferência dos amotinados, como o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nelson Pelegrino, já tinha dito nesta segunda por meio de nota oficial.
O objetivo é encaminhar apenas os presos que foram feitos reféns para um presídio em Feira de Santana e redistribuir os demais pelos outros pavilhões da unidade de Serrinha.
Os rebelados queriam ser transferidos para o presídio de Salvador. Cerca de 14 amotinados são apontados como integrantes do bando do traficante Cláudio Campanha, que foi encaminhado para um presídio de segurança máxima em Mato Grosso do Sul, em setembro de 2009, mesmo mês em que seus aliados foram conduzidos para a unidade de Serrinha.
Alean Rodrigues