“Sem juiz não há Justiça” – foram as palavras de ordem repetidas por advogados e representantes de vários segmentos da sociedade organizada de Jequié durante caminhada na tarde de quarta-feira (10), saindo da sede da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, em direção ao Fórum Bertino Passos e, posteriormente ao centro da cidade.
O presidente da seção baiana da OAB, Saul Quadros, participou e convocou toda a comunidade jequieense para aderir ao movimento “os grandes sindicatos estão amordaçados, existe um sistema pre-falencial da sociedade civil, toda sociedade está interligada ao governo”, criticou.
Quadros disse que a iniciativa que estava sendo feita em Jequié servirá de exemplo para as demais Comarcas e que no dia 12 de agosto estará realizando reunião com presidentes das 31 subseções baianas para discutir a deflagração de movimentos semelhantes em todas as regiões.
Cáos na Justiça – O advogado Saul Quadros disse que a Justiça baiana vive uma situação calamitosa, que não é só em Jequié. “É o cáos instituído na Justiça estadual. Um problema sério que a população precisa estar presente, se indignar, pressionar o Tribunal de Justiça, o governo do Estado, a Assembleia Legislativa, para mudar essa situação”, disse.
Criticou o fato da Justiça ser administrada por Magistrados “eles não fazem concurso para poder administrar a justiça estadual, são concursados e se habilitam para julgar casos, julgar problemas.
O Magistrado não sabe administrar. O nosso problema é de gestão”. Em seguida indagou: por que não acontece a mesma coisa com a Justiça do Trabalho, com a Justiça Federal? “Tenho uma proposta para acabarmos com a justiça estadual, federalizando a justiça. Acabamos com essa história de Juiz que fica sujeito a nomeação, a escolha, a interferência dos poderes executivo e legislativo.
Sei que isso é difícil, mas, se vier acontecer, melhorará muito, não faltará verba, como eles sempre reclamam. Não tem dinheiro para fazer concurso para Juiz, para ampliar o quadro servidores, os que aí estão ganham mal e estão permanentemente em greve. A Bahia não poderá continuar convivendo com isso”, concluiu.
Fonte: Jequié Urgente