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Sistema integrado contra dependência química

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Para conter o avanço do crack no país, é necessário um esforço conjunto entre as diversas esferas envolvidas e a criação de um sistema que trabalhe de forma integrada, desde a prevenção até a recuperação do usuário. É o que defenderam participantes do terceiro debate promovido pela Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e Outras Drogas.

Na audiência pública da semana passada, Carlos Vital Corrêa Lima, presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina (CFM), apontou a necessidade de mais recursos para o combate às drogas e a definição de políticas que integrem as áreas de justiça, saúde e assistência social.

— Precisamos de um trabalho que não pode estar sobre os ombros exclusivos do governo, mas de toda a sociedade — disse.

De acordo com Lima, há carência de tratamento na área de dependência química. Segundo ele, é preciso priorizar os centros de atendimento psicossocial (Caps) e ampliar o acesso do dependente químico a esses locais.

Para Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Ministério da Saúde ainda não conseguiu estruturar um sistema efetivo para o tratamento de dependentes em crack. Ele também criticou a falta de grupos multidisciplinares de profissionais nos Caps e em unidades destinadas ao tratamento de dependência química.

— Nós precisamos de ações que funcionem de forma harmônica e integrada, hoje a gente não tem — assinalou.

Reestruturação

Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, é preciso reorganizar o atendimento aos usuários e capacitar os profissionais de saúde. Ele destacou ainda que as políticas de saúde pública e o tratamento de dependentes do crack devem ter como foco a reinserção social, criando oportunidades de estudo e trabalho para os indivíduos em tratamento.

— No tratamento desses pacientes, não se pode colocar em segundo plano a questão da reinserção social, de tal forma a permitir que o jovem seja reintroduzido nas escolas e requalificado para o trabalho — salientou.

Outra dificuldade é a falta de dados oficiais sobre os usuários. Carlos Vital Corrêa Lima citou levantamento que está sendo realizado do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) que indica o crescimento do consumo do crack no país desde 2005. De acordo com dados preliminares, mais de 1% da população brasileira já consumiu a droga.

Fonte: Jornal do Senado Federal

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