Sindicatos prometem intensificar luta por jornada de 40 horas
Os sindicatos vão intensificar a mobilização pela redução da jornada de trabalho nos próximos dias. Entidades filiadas à Força Sindical estão prometendo uma manifestação na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, onde pretendem reunir 20 mil trabalhadores, na próxima terça-feira (13).
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres, o ato faz parte da jornada de luta, com diversas manifestações e paralisações, para pressionar o Congresso Nacional na apreciação do projeto de emenda à Constituição (PEC), que prevê uma carga horária máxima de trabalho de 40 horas.
“Se não colocarmos a PEC em votação até a segunda quinzena de abril, dificilmente se vota este ano”, avaliou Torres.
Chorando de barriga cheia
A obrigação da jornada de 40 horas por meio de lei sofre forte resistência do patronato brasileiro. Eles não querem dividir os ganhos de produtividade ocorridos ao longo dos últimos anos com a classe trabalhadora e resistem em abrir mão de parte dos lucros.
O presidente da CTB, Wagner Gomes, argumenta que os empresários estão chorando de barriga cheia, numa referência à forte recuperação da economia, que eleva o faturamento e o lucro da indústria e do comércio.
Na opinião de Gomes, a economia nacional vai sair ganhando com a redução da jornada, que pode resultar na criação de mais de 2 milhões de empregos formais e vai fortalecer o mercado interno, favorecendo a expansão da economia. “Além disto, a medida vai melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras, o que para nós é fundamental”, agregou.
Os sindicalistas argumentam, ainda, com base em informações do Dieese, que o custo da força de trabalho no Brasil é um dos mais baixos do mundo e o impacto da redução sobre o custo da indústria será de apenas 1,9%. “Os empresários não têm razão para reclamar”, afirma o presidente da CTB.
Da redação, com informações da Agência Brasil
