Cresce número de jovens e idosos com o nome sujo
Jovens e pessoas acima dos 50 anos estão adquirindo mais dívidas. Os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) na Bahia mostram que são entre essas duas extremidades etárias que mais cresce a inadimplência, enquanto na faixa média diminui.
Do ano passado para cá, a participação de rapazes e moças, de 18 a 21 anos, na lista de devedores cresceu 6%. Eles representavam 7,6% do total de CPFs cadastrados em abril de 2009, e passaram para 8,2% em abril deste ano. No SPC Brasil, os jovens de 18 a 24 anos somam 16,54% de todos os inadimplentes do País. O cenário é parecido com o que ocorre na capital paulista. Lá, um levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revelou que pessoas com menos de 20 anos, que eram 4% dos devedores em março do ano passado, passaram para 8% no mesmo mês de 2010.
Os dados divulgados pelo superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Bahia, Carlos Roberto de Oliveira, mostram que entre os quinquagenários e idosos o aumento dos endividados foi ainda maior – 8,4%. Eles eram 14,8% em abril de 2009 e chegaram a 16,1% no mesmo mês deste ano. De acordo com Oliveira, os números relativos às duas extremidades ainda não são preocupantes, mas revelam um descompasso perante as demais faixas etárias. “Eles estão na contramão da inadimplência geral, que está caindo e gerando um aumento nas reabilitações (nomes que saem do SPC)“, afirma.
No último ano, a taxa de inadimplentes caiu 15,2% na Bahia. Entre as causas que levam ao endividamento, seja precoce ou tardio, está a facilidade de acesso ao crédito. Entre os mais novos, certamente, o apelo é maior. “Há uma oferta grande de crédito para jovens, que estão ávidos por consumir”, diz Carlos Roberto de Oliveira.
A Tarde
