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Entrevista

Entrevista

 

 

Com quantos anos você se descobriu como artista?

Ouço música desde criança, mas foi com dezoito anos que montei minha primeira banda.

 

Entre as suas referencias, quais foram as mais importantes na formação de sua personalidade musical?

 Sempre gostei do rock dos anos 80, acredito ter sido o melhor momento da música brasileira, gosto muito do The Smiths, U2, A-ha, Legião urbana, Uns e Outros, são algumas referências.

 

Qual a análise que você faz de sua carreira até o momento?

As dificuldades são inúmeras, ainda mais se tratando de uma banda de rock no interior da Bahia, mais aconteceram muitas coisas boas, como premiações em festivais e críticas positivas em relação ao trabalho, o fato de não ter uma gravadora é complicado, mas também me dá a liberdade de compor o que quero sem me preocupar com modismos. Pra muitos ter uma banda de rock é um sonho, talvez seja, mais a gente o acalenta até aonde der.

 

Algum projeto novo?

A banda está com o segundo Cd gravado e mixado, se chamará “Caixa de Ilusões”, e é uma crítica a essa avalanche de informações, na maioria das vezes inúteis que a TV nos faz engolir todos os dias, num momento estamos em processo de capa.

 

O que é preciso ser feito para que artistas como você tenham uma maior visibilidade?

Acho que tanto eu como outros artistas desse seguimento musical sofrem com a falta de apoio a seus  projetos, talvez porque esse tipo de música não seja apreciado pela grande massa, ou porque não dê um rápido retorno financeiro, temos dificuldade em conseguir patrocínios, e que nossas canções sejam veiculadas na maioria das rádios.

 

O que você pensa a respeito da programação musical das rádios de Jequié?

Por muito tempo Jequié só teve duas rádios, na maioria das vezes as rádios tinham como prioridade, disputas políticas, e deixavam de lado o verdadeiro objetivo, que é trazer uma boa programação ao público, independente do que ta rolando na mídia, sendo assim ficamos nas mãos de alguns locutores de bom gosto e coragem pra nadar contra a maré. Ultimamente uma nova rádio vem fazendo um trabalho diferente, a nossa cidade só tem a ganhar com isso.

 

E sobre a atuação da atual Secretaria de Cultura?

Acho que as coisas estão melhorando aos poucos, finalmente temos uma secretaria de cultura, e pelo que vejo, a maioria das pessoas envolvidas são de algum seguimento artístico, isso é muito importante pra que a secretaria esteja antenada pra as necessidades dos artistas.

 

Será que os equipamentos culturais (Casa de Cultura, Centro de Cultura e Palácio das Artes) estão sendo bem administrados?

Acho que no momento tudo é novo, não tenho como fazer uma análise mais o fato desses três equipamentos culturais estarem funcionando já é uma grande vitória, agora nos resta acompanhar as programações e eventos e buscar sempre o melhor, tenho acompanhado alguns eventos e fiquei muito feliz em ver tudo em funcionamento.

 

O Rock Roll está carente de atenção em Jequié?

O rock sempre foi mal visto pela sociedade, isso foi um rótulo que criaram há muito tempo atrás (Sexo,Drogas e Rock in roll), mais isso mudou com um tempo, em Jequié sempre foi difícil, pois na cidade existe uma predominância de outros estilos musicais. Em algumas cidades, a exemplo de Vitória da Conquista a relevância é muito maior, talvez pela grande influência de Minas Gerais onde o rock e o pop sempre tiveram espaço.

 

Por que você faz musica?

Realmente sou apaixonado pelo que faço, no início não imaginei que tomaria essa proporção, essa coisa de gravar disco, participar de festivais, ter reconhecimento, ver as pessoas cantando uma canção feita por você e se identificando com isso. Por mais que existam as dificuldades, eu não me vejo sem a música, se tornou a minha identidade.

 

Clarisse Lispector dizia que a arte não muda nada. E você: é cético como ela, ou acredita no num poder de transformador da arte? Por quer?

Acredito que a arte transforma sim, pois acredito que a arte seja a mais pura manifestação do espírito, nos traz emoções e sentimentos únicos e nos revela a melhor parte do ser humano.

 

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